quarta-feira, 25 de maio de 2011

Alexander Graham Bell

Alexander Graham Bell nasceu em Edimburgo numa família ligada ao ensino de elocução: o seu avô em Londres, seu tio em Dublin, e seu pai, Sr. Alexander Melville Bell, em Edimburgo, eram todos elocucionistas professados. Este último publicou uma variedade de trabalhos sobre o assunto, dos quais vários são bem conhecidos, em especial o seu tratado na linguagem gestual, que apareceu em Edimburgo em 1868. Neste explica o seu método engenhoso de instruir surdos mudos, por meio visual, como articular palavras e como ler o que as outras pessoas dizem pelo movimento dos lábios. Graham Bell, seu filho distinto, foi educado na escola real de Edimburgo, onde se graduou aos 13 anos. Aos dezesseis fixou uma posição como professor de elocução e de música na academia de Weston house, em Elgin, Escócia. O ano seguinte foi passado na Universidade de Edimburgo. De 1866 a 1867 foi instrutor na universidade de Somersetshire em Bath, Inglaterra. Enquanto esteve na Escócia virou a sua atenção para a ciência da acústica, com o objectivo de melhorar a surdez de sua mãe.
Em 1870, aos 23 anos, mudou-se com a família para o Canadá, onde se estabeleceram em Brantford, Ontário. Antes de sair da Escócia, Alexander Graham Bell virou a sua atenção para o telefone, e no Canadá continuou o seu interesse por máquinas de comunicação.
Estrela de Graham Bell na Calçada da fama do Canadá. [2]Projectou um piano que podia transmitir música a uma certa distância por meio de electricidade. Em 1873 acompanhou seu pai a Montreal, Quebeque, onde foi empregado a ensinar o seu sistema de linguagem gestual. A Bell mais velha foi convidada a introduzir o sistema numa grande escola para mudos em Boston, mas declinou o posto em favor do seu filho, que se tornou logo famoso nos Estados Unidos pelo seu sucesso neste importante trabalho. Alexander Graham Bell publicou mais de um tratado sobre o assunto em Washington, e é principalmente com os seus esforços que os milhares de surdos mudos na América podem agora falar quase, se não completamente, tão bem quanto as pessoas que conseguem ouvir.
Em Boston continuou a sua pesquisa no mesmo campo, e esforçou-se para produzir um telefone que emitisse não somente notas musicais, mas articulasse a fala.
Com financiamento do seu sogro americano, em 7 de Março de 1876, o Escritório de Patentes dos Estados Unidos concedeu-lhe a patente número 174.465 que cobre "o método de, e o instrumento para, transmitir sons vocais ou outros telegraficamente, causando ondulações eléctricas, similares às vibrações do ar que acompanham o som vocal.", ou seja o telefone. Após ter obtido a patente para o telefone, Bell continuou suas experiências em comunicação, que culminaram na invenção da photophone - transmissão do som num feixe de luz - um percursor dos sistemas de fibra óptica actuais. Também trabalhou na pesquisa médica e inventou técnicas para ensinar o discurso aos surdos.
Bell teve 18 patentes concedidas em seu nome e outras doze que compartilhou com seus colaboradores. Estas incluem 14 para o telefone e o telégrafo, quatro para o photophone, uma para o fonógrafo, cinco para veículos aéreos, quatro para hidroaviões, e duas para uma pilha de selénio. Em 1888 era um dos membros fundadores da National Geographic Society e transformou-se no seu segundo presidente.
Recebeu muitas honrarias. O governo francês conferiu-lhe a decoração da Légion d'honneur (legião de honra), [3] a Académie française atribuiu-lhe o prémio Volta, de 50 mil francos,[3] a sociedade real das artes em Londres concedeu-lhe a medalha Albert, em 1902, e a universidade de Würzburg, Baviera, concedeu-lhe o grau de doutoramento honoris causa. [3]
Bell casou-se com Mabel Hubbard em 11 Julho de 1877, tornou-se cidadão naturalizado dos EUA em 1882 e morreu em Baddeck, Nova Escócia, em 1922

Guglielmo Marconi

Nascimento 25 de abril de 1874 em Palazzo Marescalchi, Bolonha, Itália morreu
Em 20 de julho de 1937 (63 anos) em Roma
Inventor do primeiro sistema prático de telegrafia sem fios, em 1896. Marconi se baseou em estudos apresentados em 1897 por Nikola Tesla para em 1899 realizar a primeira transmissão pelo canal da mancha. A teoria de que as ondas electromagnéticas poderiam propagar-se no espaço, formulada por James Clerk Maxwell, e comprovada pelas experiências de Heinrich Hertz, em 1888, foi utilizada por Marconi entre 1894 e 1895. Ele tinha apenas vinte anos, em 1894, quando transformou o celeiro da casa onde morava em laboratório e estudou os princípios elementares de uma transmissão radiotelegráfica, uma bateria para fornecer eletricidade, uma bobina de indução para aumentar a força, uma faísca elétrica emitida entre duas bolas de metal gerando uma oscilação semelhante as estudadas por Heinrich Hertz, um Coesor, como o inventado por Édouard Branly, situado a alguns metros de distância, ao ser atingido pelas ondas, acionava uma bateria e fazia uma campainha tocar.
Em 1896, foi para a Inglaterra, depois de verificar que não havia nenhum interesse por suas experiências na Itália. Em 1899, teve sucesso na transmissão sem fios do código Morse através do canal da Mancha. Dois anos mais tarde, conseguiu que sinais radiotelegráficos (a letra S do código Morse) emitidos de Inglaterra, fossem escutados claramente em St. Johns, no Labrador, atravessando o Atlântico Norte. A partir daí, fez muitas descobertas básicas na técnica rádio.
Em 1909, 1,7 mil pessoas são salvas de um naufrágio graças ao sistema de radiotelegrafia de Marconi.Em 1912 a companhia de marconi já produzia aparelhos de rádio em larga escala, particularmente para navios. Em 1915, durante e depois da primeira guerra mundial assumiu várias missões diplomáticas em nome da Itália, em 1919 foi o delegado italiano na Conferência de paz de Paris.
Em sua infância, passava muito tempo viajando com a sua mãe Annie, que adorava a região do porto de Livorno, na costa oeste da Itália, onde vivia sua irmã, dessas viagens a Livorno, surge o amor de Marconi pelo mar. Em livorno estava instalada uma academia da marinha real italiana, a Regia Marina, Marconi tinha o incentivo do pai(Giusepe) para entrar na academia naval, mas não conseguiu, no entanto, seu amor pelo mar o acompanhou durante toda vida.
Em 1920 partiu para sua primeira viagem no "Elettra", um navio de 61m que comprou e equipou para ser seu laboratório no estudo de ondas curtas e também seu lar, além da família, as cabines do Elettra vivia cheias de visitantes ilustres, entre eles os reis da Itália, da espanha e George V e a Rainha Mary da inglaterra, as festas no Elettra ficaram famosas pelas músicas transmitidas pelo Rádio diretamente de Londres. A empresa de Marconi montou o novo Imperial Wireless Scheme", destinado a montar estações de ondas curtas em todo território britânico. Em 1929, em reconhecimento por seu trabalho, recebeu do rei da Itália o título de marquês. em 12/10/1931 acendeu, apertando um botão em Roma, as luzes do Cristo Redentor na noite de inauguração da estátua.

Em Outubro de 1943, a Suprema Corte dos EUA considerou ser falsa a reclamação de Marconi que afirmava nunca ter lido as patentes de Nikola Tesla e determinou que não havia nada no trabalho de Marconi que não tivesse sido anteriormente descoberto por Tesla. Infelizmente, Tesla tinha morrido nove meses antes.
No entanto, muito embora Marconi não tenha sido o inventor de nenhum dispositivo em particular (ao usar a bobina de Ruhmkorff e um faiscador, como antes o haviam feito De Forest e Tesla na emissão, repetiria Hertz, gerando as ondas hertezianas (Experimento de Hertz] com um "Ressoador de Hertz") e usou o radiocondutor-detector Coesor de Branly na recepção, acrescentando a antena de Popov a ambos os casos) parece ser possível afirmar que Marconi é, na verdade, o inventor da rádio, (na forma da Radiotelegrafia e Radiotelefonia, Telefonia sem fio) visto que ninguém, antes dele, tivera a ideia de usar as ondas hertzianas com os objectivos de forma prática ou rotineira, de comunicação (exceto Landell de Moura).
Lee de Forest o havia feito, mas apenas para testar a sua válvula eletrônica.
Tendo seu valor reconhecido, Marconi foi agraciado em 1909, recebendo juntamente com o alemão Karl Ferdinand Braun o Nobel de Física. Braun é o descobridor dos semicondutores, dentre eles o sulfeto de chumbo natural, um mineral conhecido como galena, base do histórico rádio de galena.
Transmissão de Onda de Rádio   
 As ondas de Rádio ou ondas hertezianas, são ondas eletromagnéticas, elas são compostas por energia de campo elétrico e campo magnético, pelo fato de pertencerem ao espectro das ondas eletromagnéticas.
 A transmissão das ondas hertezianas são feitas da seguinte forma: supomos um transmissor ligado a uma antena dipolo, durante algum tempo o dipolo fica carregado de cargas opostas em cada um de seus elementos, cria um campo elétrico em torno da antena, com isso é formado um verdadeiro capacitor, este dielétrico, o ar.
Quando a tensão do gerador cai, automaticamente o campo se contrai, mas antes que a última linha de força chegue ao transmissor, acontece uma nova polarização, na forma contrária da primeira, com isso expulsando o primeiro campo.
Todo este processo acontece com uma velocidade de 300.000 Km por segundo, e a quantidade de vezes em que acontece a formação dos campos em um segundo é definida como a frequência, Hz. Portanto se velocidaquiser saber qual o tamanho da onda, basta dividir 30.000 pela frequência, então achará o tamanho em metros.
Divisão do Espectro
A UIT(União Internacional de Telecomunicações) dividiu o espectro da seguinte forma:
VLF - Frequências Muito Baixas, de 15 a 30 KHz, ondas sonoras, ultra-sônicas.
LF - Frequências Baixas, de 30 a 300 KHz
MF - Frequências Médias, de 300 a 3000 KHz
HF - Frequências Altas, de 3 a 30 MHz
VHF -Frequências Muito Altas, de 30 a 300 MHz
UHF -Frequências Ultra Altas, de 300 a 3000 MHz
SHF -Frequências Super Altas, de 3 a 30 GHz
EHF -Frequências Extremamente Altas, de 30 a 300 GHz
PROPAGAÇÃO
Todo tipo de energia se propaga, a energia elétrica por exemplo necessita de um meio metálico para ser transferida e se propagar, mas um campo elétrico é formado em torno do meio que ele utiliza para se propagar.
Esse meio onde a energia se propaga sem a necessidade de um meio metálico, é chamado de “ÉTER”. Este conceito foi proposto pelo famoso cientista Isac Newton, quando aplicou e conceituou o meio de propagação das formas de energia radiantes, como o calor, rádio, luz, etc.
As ondas de rádio se propagam no éter, partindo das extremidades das antenas e gradativamente vão perdendo a sua força, por motivo da resistência que o meio provoca (Éter e a Terra). Outros obstáculos contrubuem para a perda de energia, como os prédios, pontes, estruturas metálicas, etc.
As ondas de rádio, são basicamente dividida em dois tipos, as ondas terrestres, que propagam sobre a superfície do planeta, e as ondas espaciais ou refletidas, que são as ondas que tem sua propagação por reflexão ou refração, nas altas camadas da atmosféra terrestre.
 A propagação por refração ou por reflexão, são obtidas pelo motivo de existir uma camada da atmosfera, que é desequilibrada ionicamente e por este motivo chamada de ionosfera ou camada de Kennelly-Heaviside. Portanto essa camada pelo motivo de estar ionicamente desequilibradas, refletem as onda como se a ionosfera fosse um espelho, com isso atingindo cidades e países distantes da estação transmissora.
Ondas muito pequenas, como VHF ou menores, praticamente não conseguem refletir na ionostera com uma ionização normal, elas necessitam de uma camada mais espessa de ionização para conseguirem refletir, isso acontece quando há, por exemplo, chuvas de meteoros, caso contrário, as ondas furam a atmosfera terrestre, portanto para conseguirem contatos a longa diistância utilizam de outros obstáculos para conseguir a reflexão, como por exemplo satélites artificiais e o nosso satélite natural que é a Lua. Os satélites artificiais, também é possível a retransmissão dos sinais e não somente a reflexão, pois alguns satélites, estão equipados com estações repetidoras para radioamadores, onde podem ser utilizadas por qualquer classe.
http://www.py2mao.qsl.br/

quarta-feira, 23 de março de 2011

UNIVERSAL SEM TOTALIDADE: ESSÊNCIA DA CIBERCULTURA

UNIVERSAL SEM TOTALIDADE: ESSÊNCIA DA CIBERCULTURA
A cada minuto novos computadores são interligados a internet, novas informações são injetadas na rede, tornando o ciberespaço ainda mais universal. O universo da cibercultura não possui centro, nem linha diretriz. Aceita a todos, colocando em contato dois pontos quaisquer, seja qual for a diferença entre eles.
Isso não que dizer que a universalidade do ciberespaço é neutra, uma vez que, ela já tem – e terá mais ainda no futuro – imensas repercussões nas atividades econômicas, políticas e culturais dos povos.
Essa universalidade desprovida de significado central, é chamada por Lévy de “universal sem totalidade”; constitui a essência paradoxal da cibercultura.
A escrita e o universo totalizante
Para, realmente, entendermos as mudanças contemporâneas da civilização, faz-se necessário falar sobre a primeira grande transformação que permitiu o surgimento das mídias: a passagem das culturas da oralidade para as culturas da escrita. Assim, o ciberespaço tem um efeito tão radical sobre as comunicações de hoje, como teve, em seu tempo, a invenção da escrita.
MÍDIAS DE MASSA E TOTALIDADE
As mídias de massa dão continuidade à linguagem cultural do universo totalizante iniciado pela escrita. A mensagem midiática é composta de forma a encontrar o “denominador comum” mental de seus destinatários; tendo em vista o mínimo de suas capacidades interpretativas.
Lévy destaca uma semelhança entre as midias eletrônicas e impressa, a mensagem midiática não pode explorar o conceito particular no qual o destinatário evolui e negligenciar sua singularidade, seus links sociais, sua microcultura, sua situação específica em um momento dado.
É este dispositivo, ao mesmo tempo redutor e conquistador, que fabrica o “público” indiferenciado das mídias de “massa”.
Segundo Lévy, o rádio e televisão, possuem uma segunda tendência complementar à primeira. Elas frazem na sociedade uma espécie de macro-contexto flutuante, sem memória, em rápida evolução – o que se percebe, particularmente nas transmissões “ao vivo”.
A principal diferença entre o contexto midiático e o contexto oral é que os telespectadores, quando estão envolvidos por uma transmissão, numa são atores ativos, noutra, são sempre passivos.
O rádio e a televisão rompem com a pragmática da comunicação, pois, não permitem uma verdadeira reciprocidade, tampouco interações transversais entre participantes.
COMPLEXIDADE DOS MODOS DE TOTALIZAÇÃO
A luz do pensamento de Pierre Lévy, em todos os casos, a totalização ocorre. Cada um à sua maneira, os veículos de comunicação tentam recolocar no plano de realidade que inventam uma forma de coincidência com os seus públicos alvos.
O universal passou a ser uma espécie de “aqui e agora” virtual da humanidade.
Ainda que o universal e a totalização estejam desde sempre vinculados, sua conjunção emana tensões fortes, contradições dolorosas que as novas mídias polarizadas pelo ciberespaço, talvez, permitam desatar. Esse desligamento, de acordo a Lévy, não é, de forma alguma, garantido, nem automático.
Finalizando este tema, Lévy informa que o estudo das técnicas de comunicação propõe, e os humanos dispõem. São eles que decidem deliberadamente ou na semi-inconsciência dos efeitos coletivos do universo cultural que constroem juntos. Lévy conclui asseverando que “é preciso, ainda que tenham percebido a possibilidade de novas escolhas”.   
Ora, a cybercultura, terceiro estágio da evolução, mantém a universalidade ao mesmo tempo em que dissolve a totalidade. Corresponde ao momento em que nossa espécie, com a planetarização econômica, com a densificação das redes de comunicação e transporte, tende a formar apenas uma comunidade mundial, mesmo que essa comunidade seja — e como é! — desigual e conflituosa. Única de seu gênero no reino animal, a humanidade reúne toda a sua espécie numa única sociedade.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

“O DILÚVIO”, segundo Pirre Lévy

FACULDADE DO SUL DA BAHIA – FASB
COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO – 5.º PERÍODO
PROFESSOR: LEÔNCIO
ACADÊMICO: JOÃO DOS SANTOS PEREIRA
FICHAMENTO: CIBERCULTURA – PIERRE LÉVY
Pierre Lévy nasceu na Tunísia, em 1956. É um filósofo da informação que se ocupa em estudar as interações entre a Internet e a Sociedade. Em seu livro, Cibernética (1999), propõe-se a pensar a Cibercultura.
Fichamento da introdução do livro Cibernética, intitulada “Dilúvio”
Na introdução do livro, o autor reconhece dois fatos:
1 – Que o crescimento do ciberespaço é resultado de um movimento internacional de jovens ávidos por experimentar formas de comunicação diferentes daquelas que as mídias clássicas nos propõem.
2 – Que estamos vivendo em um novo espaço de comunicação, e cabe a nós explorarmos suas potencialidades mais positivas, tanto no campo econômico quanto no político, cultural e humano.
O autor afirma que “aqueles que denunciam a cibercultura hoje são semelhantes àqueles que desprezavam o rock nos anos 50 ou 60”. Ele faz uma alusão ao passado, esclarecendo que tudo o que é novo, normalmente, é criticado, e, em seguida, aceito sem maiores complicações por uma nova sociedade, menos preconceituosa. Pierre cita ainda como exemplo o cinema, que, ao nascer, foi bastante criticado pelos porta-vozes oficiais da cultura, no entanto, atualmente, é tido como uma arte completa.
Segundo o autor, “nem tudo o que é feito com as redes digitais é ‘bom’”. Cabe a nós entendermos, pois, a verdadeira questão não é ser contra ou a favor, mas, buscar entender os dois lados da moeda, e, assim, escolhermos usar o que de bom a cibecultura tem a nos oferecer. Também afirma que “o ciberespaço passou a ser mais uma ferramenta usada pelo Capitalismo”, sendo que para ilustrar essa afirmativa, dentre outros recursos, Lévy cita uma manchete do Le Monde Diplomatique: “Os vendedores invadem a Internet”.
O filósofo relata que se alguém tentar defender o desenvolvimento de novas formas de comunicação, transversais, interativas e cooperativas, ouvirá como resposta os ganhos fabulosos de Bill Gates, presidente da Microsoft. Ainda nessa linha de pensamento, Lévy afirma que ”os serviços on-line serão pagos, restritos aos mais ricos”. É inegável o uso comercial da internet. Em qualquer página que abrirmos, veremos inúmeros links de sites de vendas de produtos e serviços.
Lévy faz alusão ao telefone, que também é pago, porém, não é visto como algo negativo. Sobre isso, ele diz: “não vejo porque a exploração econômica da internet o faz com que nem todos tenham acesso a ela constituiria uma condenação da cibecultura ou nos impediriam de pensar de qualquer forma que não a crítica”. Tudo indica que os serviços pagos na internet  cada vez mais vão aumentar, porém, os serviços gratuitos se proliferam  ainda mais rapidamente. “Os dois são complementares, para desgosto dos maniqueístas”, afirma o autor.
Pierre Lévy cita uma afirmação de Albert Einstein, feita em uma entrevista nos anos 50, onde o cientista declarou que três bombas explodiram no século XX: a bomba demográfica; a bomba atômica e a bomba das telecomunicações. A terceira bomba, Roy Ascott (pioneiro e um dos principais teóricos da arte em rede) definiu como um segundo dilúvio devido à inundação de informações, que chegam de maneira cada vez mais rápida e em maiores quantidades.
 De acordo com esse pensamento de Ascott, Lévy remete-se à Arca de Noé, e compara o crescimento da população mundial a uma espécie de dilúvio. Segundo o autor, havia pouco mais de um bilhão e meio de homens na Terra em 1900, e passou para seis bilhões em 2000. Os homens também inundam o planeta, esse crescimento global não tem precedente histórico.
Frente à irresistível inundação humana, Lévy coloca duas soluções – uma delas é a guerra, o extermínio dos homens, não importa a forma. A outra, a exaltação do indivíduo, o homem como maior valor, recurso maravilhoso e sem preço. Nesta segunda alternativa, incluem-se as telecomunicações, que facilitam o reconhecimento do outro, a aceitação e as ajudas mútuas, a cooperação, a associação, a negociação, tudo para além das diferenças de pontos de vista e de interesses. Um enredamento dos humanos em uma única, aberta e interativa rede.
Voltando à comparação com a Arca de Noé, a humanidade vive em meio a um grande dilúvio. De acordo a Pierre, cabe a cada um de nós sermos um “novo Noé”, sobrevivendo e selecionando o que realmente nos interessa nesse dilúvio de informações. Ensinado aos nossos filhos a “nadar” em meio a esse “oceano de informação” e a ser um dos tripulantes de uma dessas novas arcas, porque esse segundo dilúvio informacional jamais cessará.
Seguindo a sua linha de raciocínio, Pierre nos leva a acontecimentos históricos: na China, um imperador amarelo mandou destruir quase todos os textos anteriores ao seu regime; um dos Césares mandou queimar a biblioteca de Alexandria; a Inquisição espanhola queimou o corão; Sargão de Agadé, rei dos quatros países, primeiro imperador da história, mandou jogar no rio Eufrates milhares de tábuas de argila, nas quais estavam gravadas lendas com preceitos de sabedoria, manuais de medicina ou de magia, secretadas por várias gerações de escribas. “Muitas vozes foram caladas para sempre”,  mas esse novo dilúvio “não apagará as marcas do espírito”, pois, “as inúmeras vozes que ressoam no ciberespaço continuarão a se fazer ouvir e a gerar respostas”, assevera Lévy.
A tecnociência produz tanto o fogo nuclear como as redes interativas. Mas, o telefone e a internet “apenas” comunicam. Nas palavras de Pierre Lévy, “Nem a salvação, nem a perdição reside na técnica, a escolha está em nossas mãos”.
 Finalizando a introdução do livro, o autor também esclarece o que é Ciberespaço (rede de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores) e Cibercultura (conjunto de técnicas tanto materiais quanto intelectuais, de práticas, de atitudes, de modelos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço).